A primeira arte, ancestral, é realizada por crianças, mulheres e velhos – de tribos localizadas na Etiópia, às margens do Rio do Omo – que pintam seus corpos com cinzas e pigmentos das argilas daquela região. Folhagens, pedaços de madeira, ramos secos, caules retorcidos e chifres são utilizados como adereços que compõem os seus intrigantes visuais.
Declarado Patrimônio da Humanidade em 1980, o vale baixo do Omo se destaca como um dos mais importantes jazigos paleontológicos da África por ser a região aonde foram descobertos restos de hominídeos de 1,7 a 4 milhões de anos, entre eles os fósseis mais antigos conhecidos do Homo Sapiens de uns 195.000 anos.
Hans Sylvester é o responsável pela segunda arte, ao registrar a primeira em uma série de fotografias(1). Durante seis meses ele esteve em Omo com aqueles que se enfeitam daquela maneira e produzem em si mesmos verdadeiras e belas obras de arte.
Quatorze dessas fotografias se tornaram a fonte na qual o Rodrigo buscou as referências para reinterpretar – com tinta acrílica sobre telas – a tão expressante arte ancestral daquele povo do Omo. Outro registro está na velocidade e na liberdade com as quais também são realizadas as outras duas artes.
(1) Silvester, Hans - “Natural Fashion: Tribal Decoration from Africa”
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